
Muito
A modernidade fragmenta a experiência sinestésica em compartimentos específicos repletos de conhecimentos fracionados. A partir dessa perspectiva, se torna recorrente uma vivência terceirizada que afasta a organicidade cíclica das experiências e reafirma uma racionalidade autônoma. Muito desse pensamento é incorporado na produção industrial, fracionando o trabalho em partes que não se entendem como agentes no resultado do produto.
Enquanto proposição artística figurativa, a premissa sinestésica se estabelece de antemão por ser o mais próximo daquilo assimilado como real. A vida em seus aspectos cotidianos é por categoria sensorial. O entendimento de um espaço acústico que envolve as dimensões de um museu ou ambiente expositivo é então o objetivo dessa proposta. Como diz Marshall McLuhan “(...) espaço que não tem centro nem margem, diferente do espaço estritamente visual, que é uma extensão do olho (...)” Portanto, é a partir do questionamento da expressão sinestésica e multifacetada que se estabelece esse projeto.
A série "Muito" compôs em 2019 a Galeria de Artes Visuais do 20° Festival de Inverno de Bonito e o Pavilhão Digital da 14° Bienal Internacional de Curitiba, sob curadoria de Vivi Villanova.

